quarta-feira, 23 de junho de 2010

Importâcia da Imprensa

Desde o início do semestre, quando entramos na Famecos sem saber exatamente o que viria pela frente, aprendemos, em todas as disciplinas que diziam respeito ao jornalismo, a importância da imprensa na sociedade. Isso foi comprovado em muitos momentos da história do mundo e, inclusive, do Brasil. É fundamental que nós, futuros jornalistas, sejamos conscientizados desde o primeiro contato com a profissão a fim de que possamos ser bons profissionais sem repetir aqueles erros que já foram cometidos por outros.
Até gostaria de postar exemplos bons; aquilo que nos choca negativamente, contudo, tende a nos fazer refletir mais. A televisão, o rádio... independe da mídia, na verdade. Os jornalista é que têm credibilidade. Cada vez mais eles precisam ser “importantes”, mas não era assim antes. O fato de que eram jornalistas, venho percebendo, já lhes assegurava credibilidade pela maior parte da população.
Quando estudamos rádio, no laboratório, ouvimos falar da história da Guerra dos Mundos. Nos EUA foi narrado um trecho do livro Guerra dos Mundos adaptado. O locutor dizia que um meteoro havia caído próximo a Nova York e que dele saiam marcianos “do mal”. Isso apavorou a população por completo. Todos estavam histéricos e não se sabe o que teria acontecido se o ele não tivesse anunciado: "Vocês acabaram de ouvir a primeira parte de uma irradiação de Orson Welles, que radiofonizou A guerra de dois mundos, do famoso escritor inglês H. G. Wells".
Outro momento que marcou o Brasil foi o nascimento do Bebê Diabo. Não que, sinceramente, o Notícias Populares fosse um jornal ao qual se deveria muita credibilidade, mas o fato é que essa história transtornou a população de São Paulo. O fato de que um bebê nascera com um prolongamento no cóccix e duas pequenas saliências na testa - problemas resolvidos com uma simples cirurgia na própria maternidade - foi descrito de maneira totalmente distorcida e sensacionalista e provocou inúmeras reações nos leitores.
A história que realmente me feriu, como estudante de jornalismo, foi o caso “Bar Bodega” (livro: Bar Bodega). Ainda que eu tenha passado mal e desistido de ler na 33ª página pelas cenas desumanas descritas, alguém me convenceu a continuar ledo e eu agradeço (a Bárbara, hehe). E com as descrições minuciosas de Carlos Dorneles, fica bem claro que a imprensa é uma das maiores – senão a principal – culpada da acusação injusta de nove rapazes e, logo, a destruição completa daquilo que se pode chamar de vida digna, para cada um deles.
É inacreditável a tamanha irresponsabilidade dos jornalistas. Simplesmente, não houve checagem – que é princípio da profissão. Basearam-se apenas nas versões da polícia. Nenhuma opinião contrária, nenhuma das várias denúncias de tortura e nem a opinião dos próprios funcionários do bar, que acompanharam o crime, foi publicada.
Não vou contar o livro inteiro. Digo, entretanto, que foi um erro, na minha opinião, muito mais grave que o próprio crime. E para piorar a situação, não foi a primeira vez que a mídia erra e, de fato, também não a última. O caso Nardoni, inclusive, independente de eles serem culpados ou não, foi julgado muito antes do julgamento oficial, a mídia já tinha "esclarecido" quem era culpado e quem não era.
Embora me decepcione muito a irresponsabilidade e os otros diversos problemas descritos nesses casos, não disse nada disso porque estou desgostosa da profissão. Continuo achando-a belíssima, e falei tudo isso exatamente para tentar alertar e mostrar o quão imoprtante é a profissão e que nós, [futuros] jornalistas, temos o dever de não deixar que isso aconteça de novo.

Vívian de Melo Lengler

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