sexta-feira, 25 de junho de 2010
As aulas do Laboratório
Minha amada TV...
“Há o trabalho que paga as contas e o que alimenta a alma.”
[Renato Alerção]
Assumindo a postura idealista muitas vezes já criticada, escrevo esse post.
Tão nervosa como se estivesse prestes a cobrir uma guerra, tão feliz como se estivesse sendo contratada para ser repórter. As experiências com a câmera foram maravilhosas. É incrível como o microfone me emociona. Pra descontrair, fiz muitos vídeos, mas o pessoal não gostou muito da idéia, deixava-os mais tensos.
Estava esperando aqueles dias desde que soube que eles iriam acontecer. Para o dia do exercício me preparei, li, entendi. Na hora, nada de nervosismo. Um segundo após acabar, tremia. Confesso: meu nervosismo é retardatário. Agradeço à vida por isso!
Havia perguntado ao professor Fabian se podia falar sorrindo. Era para “incorporar” a notícia? Que nada. Sabia que o sorriso ia aparecer tamanha era a minha alegria de estar ali. Dei uma gaguejadinha, parecia uma estátua segurando o papel que não serviu pra nada, mas afora isso, amei.
No programa ao vivo muito nervosismo, até minha voz nos vídeos de bastidores estava desregulada tamanha era a tensão. Deu tudo certo. Mais uma vez: uma gaguejadinha. E essa pareceu perdurar por pelo menos uns cinco anos. Se fomos relativamente bem, modéstia a parte, não foi por acaso. Estudamos muito sobre o assunto e tudo foi combinado com muita antecedência. Provavelmente tenha sido essa energia de engajamento que atraiu o nosso magistral entrevistado Nilson Aneli – comissário da polícia civil que se emocionou e emocionou a todos no estúdio.
Amei tudo! Simplesmente por me sentir uma futura jornalista. Mas claro, minha exigência que não se cala me diz para encerrar: Falta muito!
Mas não é incrível como a gente fica bobinho com essas coisas? É só uma câmera, são só uns 30 segundos, são só os professores, e é só o saguão da Famecos certo? Errado.
Para aquela criança que desde os três anos fazia entrevistas, jornalzinho da família e grandiosos programas jornalísticos no gravador velho do pai, tudo aquilo era o começo concreto da realização de um sonho. E assim, com certeza, será.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
O Programa de TV
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Importâcia da Imprensa
Até gostaria de postar exemplos bons; aquilo que nos choca negativamente, contudo, tende a nos fazer refletir mais. A televisão, o rádio... independe da mídia, na verdade. Os jornalista é que têm credibilidade. Cada vez mais eles precisam ser “importantes”, mas não era assim antes. O fato de que eram jornalistas, venho percebendo, já lhes assegurava credibilidade pela maior parte da população.
Quando estudamos rádio, no laboratório, ouvimos falar da história da Guerra dos Mundos. Nos EUA foi narrado um trecho do livro Guerra dos Mundos adaptado. O locutor dizia que um meteoro havia caído próximo a Nova York e que dele saiam marcianos “do mal”. Isso apavorou a população por completo. Todos estavam histéricos e não se sabe o que teria acontecido se o ele não tivesse anunciado: "Vocês acabaram de ouvir a primeira parte de uma irradiação de Orson Welles, que radiofonizou A guerra de dois mundos, do famoso escritor inglês H. G. Wells".
Outro momento que marcou o Brasil foi o nascimento do Bebê Diabo. Não que, sinceramente, o Notícias Populares fosse um jornal ao qual se deveria muita credibilidade, mas o fato é que essa história transtornou a população de São Paulo. O fato de que um bebê nascera com um prolongamento no cóccix e duas pequenas saliências na testa - problemas resolvidos com uma simples cirurgia na própria maternidade - foi descrito de maneira totalmente distorcida e sensacionalista e provocou inúmeras reações nos leitores.
A história que realmente me feriu, como estudante de jornalismo, foi o caso “Bar Bodega” (livro: Bar Bodega). Ainda que eu tenha passado mal e desistido de ler na 33ª página pelas cenas desumanas descritas, alguém me convenceu a continuar ledo e eu agradeço (a Bárbara, hehe). E com as descrições minuciosas de Carlos Dorneles, fica bem claro que a imprensa é uma das maiores – senão a principal – culpada da acusação injusta de nove rapazes e, logo, a destruição completa daquilo que se pode chamar de vida digna, para cada um deles.
É inacreditável a tamanha irresponsabilidade dos jornalistas. Simplesmente, não houve checagem – que é princípio da profissão. Basearam-se apenas nas versões da polícia. Nenhuma opinião contrária, nenhuma das várias denúncias de tortura e nem a opinião dos próprios funcionários do bar, que acompanharam o crime, foi publicada.
Não vou contar o livro inteiro. Digo, entretanto, que foi um erro, na minha opinião, muito mais grave que o próprio crime. E para piorar a situação, não foi a primeira vez que a mídia erra e, de fato, também não a última. O caso Nardoni, inclusive, independente de eles serem culpados ou não, foi julgado muito antes do julgamento oficial, a mídia já tinha "esclarecido" quem era culpado e quem não era.
Embora me decepcione muito a irresponsabilidade e os otros diversos problemas descritos nesses casos, não disse nada disso porque estou desgostosa da profissão. Continuo achando-a belíssima, e falei tudo isso exatamente para tentar alertar e mostrar o quão imoprtante é a profissão e que nós, [futuros] jornalistas, temos o dever de não deixar que isso aconteça de novo.
Vívian de Melo Lengler
segunda-feira, 31 de maio de 2010
O Programa de Rádio
Já estávamos com tudo organizado e ensaiado. Restava apenas ouvir as instruções do professor que nos auxiliou durante o programa e aguardar os últimos segundos da música que antecedia o Em Dia Com a Notícia.
Assim que o sinal de que o momento chegara nos foi feito, meu coração - e estou certa de que não foi só o meu - disparou completamente. A Bárbara, nossa ancora, estava encarregada de controlar o som e conseguiu fazê-lo bem direitinho, nos tempos exatos.
Depois ela foi introduzindo cada um de nós ao programa. Todos se saíram muito bem, consguiram falar corretamente e disfarçar os pequenos erros comuns ao nervosismo. Além disso, nossa programação foi tão bem preparada que fechamos 18 minutos (dos supostos 20 minutos) e colocamos a música que havíamos previsto para concluir. PARABÉNS!
A sensação que eu tive, compartilhada por alguns elementos do grupo, é de que o programa passou rápido demais, de que durou 2 minutos, não 20. Dava vontade de ficar lá muito mais tempo! Já os textos que falávamos/líamos pareciam simplesmente infindáveis por conta da nossa ansiosidade.
Agradeço ao meu grupo por todo trabalho e compreensão. Será bastante prazeroso trabalhar com vocês no módulo TV. Espero, ainda, que nossos trabalhos não se restrinjam à faculdade.
Vívian de Melo Lengler
sábado, 29 de maio de 2010
A preparação para o programa de rádio
Na verdade,trabalhar com rádio, até algumas semanas atrás não fazia parte do meu dia a dia, e era difícil imaginá-lo nos planos da minha futura carreira como jornalista. Já tinha escrito textos, fotografado algumas coisas e até aparecido falando na TV. Rádio, nunca.
Imgine, então, que com apenas duas aulas sobre essa mídia, foi necessário me preparar para gravar um programa na RádioFam. Obviamente, foi um pouco assustador no início - e não muito fácil. Valeu a pena mesmo assim!
Não era para menos, meu grupo era ótimo: Bárbara, Bruna, Fernanda, Gabriela, Lucas, Mariana e Vitória, além de mim. Assim que nos juntamos, já dividimos os assuntos e o tempo de cada um. Foi com responsabilidade, dedicação e ajuda mútua que, com um prazo de uma semana, conseguimos ajustar tudo para apresentar, finalmente, o "Em dia com a notícia".
AC/ Em Dia com a Notícia
Estando no ar, nos olhávamos com olhares mistos de nervosismo e felicidade: no futuro ganharemos dinheiro para nos divertirmos como estávamos naquela hora. Alguns deslizes, claro, surgiram, mas quase não foram percebidos, segundo o professor Fabian. Melhor assim. Sei que pra vocês também foi mágico e maravilhoso, muita emoção e felicidade de estarmos onde estávamos. Agora, em particular, amei trabalhar com cada um de vocês. E, publicamente, pesso desculpas para a Vitória, por ter te cortado um assunto e para Bruna por ter te perguntado, improvisando, sobre teu o assunto.
Queridos, vocês são ótimos e esse e só o começo!
terça-feira, 18 de maio de 2010
Devaneio sobre a balança
Em uma das primeiras aulas o professor Fabian comentou sobre uma oportunidade de trabalho fora do país na qual seria mais bem remunerado que ele negou “por motivos de força maior”.
Essa atitude, de grande estima pra mim, é uma prova viva de que nem todo jornalista é “neurótico” pelo trabalho como muitos pensam e que eles prezam sim por um “equilíbrio”. Alguns pelo menos.
O equilíbrio tanto das atividades quanto nas atividades é fundamental inclusive para um melhor desenvolvimento profissional. E essa tranqüilidade se torna mais importante ainda em se tratando dos profissionais de jornalismo. A profissão é uma das mais sujeitas às doenças relacionadas com o stress juntamente com a profissão de piloto de avião.
Mas essa neurose não afeta só os comunicadores. Todos os dias pessoas são internadas nos hospitais com problemas da saúde decorrentes do stress. É comum a síndrome do coração partido: “problema cardíaco de pessoas que trabalham demais”. Define uma amiga que sofre da doença. Nesse caso, os pacientes são obrigados a ficar recolhidos por um bom tempo longe de seus trabalhos. Esse pensamento de afastamento compulsório me faz repensar na importância do descanso.
Pesquisas mostram que o lazer e atividades físicas são fundamentais para um bom rendimento do profissional. Alguns chefes apostam: mais vale um profissional descansado do que três sobrecarregados e stressados. A tranqüilidade rende lucros para as empresas.
Mas claro, o equilíbrio não implica, necessariamente, em trabalhar pouco a favor da diversão. Falo de um trabalhar consciente e relativamente calmo. Não com uma calmaria externa quase impossível no jornalismo, mas sim com uma calmaria interior. Quem soma-la com a dedicação já sai bem na frente.
Não quero, nunca, pensar em ficar muito tempo -ainda que sejam horas- sem trabalhar porque como já dizia Confúcio “Quem faz o que gosta não trabalha nunca”. Mas que o equilibro esteja na minha mente e me livre da abstinência.
A balança que eu falo não é aquela comentada diariamente pelas mulheres. É uma outra bem mais importante pra mim do que a que nos mostra a quantidade de massa que o nosso corpo tem. A balança que eu falo é aquela que precisa equilibrar trabalho e família – sinônimo de descanso neste caso.
Em uma das primeiras aulas o professor Fabian comentou sobre uma oportunidade de trabalho fora do país na qual seria mais bem remunerado que ele negou “por motivos de força maior”.
Essa atitude, de grande estima pra mim, é uma prova viva de que nem todo jornalista é “neurótico” pelo trabalho como muitos pensam e que eles prezam sim por um “equilíbrio”. Alguns pelo menos.
O equilíbrio das atividades é fundamental inclusive para um melhor desenvolvimento profissional. E essa tranqüilidade se torna mais importante ainda em se tratando dos profissionais de jornalismo. A profissão é uma das mais sujeitas às doenças relacionadas com o stress juntamente com a profissão de piloto de avião.
Mas essa neurose não afeta só os comunicadores. Todos os dias pessoas são internadas nos hospitais com problemas da saúde decorrentes do stress. É comum a “síndrome do coração partido”: “doença cardíaca de pessoas que trabalham demais” me define uma amiga que sofre da doença. Nesse caso, os pacientes são obrigados a ficar recolhidos por um bom tempo longe de seus trabalhos. Esse pensamento de afastamento compulsório me faz repensar na importância do descanso.
Pesquisas mostram que o lazer e atividades físicas são fundamentais para um bom rendimento do profissional. Alguns chefes apostam: mais vale um profissional descansado do que três sobrecarregados e stressados. A tranqüilidade rende lucros para as empresas.
Mas vale lembrar, o equilíbrio não implica, necessariamente, em trabalhar pouco a favor da diversão. Falo de um trabalhar consciente, relativamente calmo. Não com uma calmaria externa quase que impossível no jornalismo, mas sim com uma calmaria interior. Quem soma-la com a dedicação já se sai bem na frente. Não quero, nunca, pensar em ficar muito tempo -ainda que sejam horas- sem trabalhar porque como já dizia Confúcio “Quem faz o que gosta não trabalha nunca”. Mas que o equilibro esteja dentro dos profissionais.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
O jornal impresso vai acabar? Tomara!
Primeiramente, que fique claro: o foco dessa discussão é o fim do papel como meio de jornalismo e nunca o jornal em si.
O jornal impresso foi a primeira forma de comunicação de massa. Era lento e burocrático, mas formador e, depois, informador. O tempo nos mostra que o que se queria eram edições cada vez menos esporádicas. Desejavam que cada notícia chegasse às pessoas o mais rápido possível. Primeiro
mensal, depois, quinzenal, semanal e assim por diante. Estávamos nos encaminhando para o tradicional "diariamente". Porque, hoje, se prefere o papel em detrimento da rapidez sempre tão desejada? Com certeza o primeiro jornal do mundo, o Nieuwe Tijdinghen, que surge aproximadamente em 1605 desejaria a agilidade de um jornal online.
Essa polêmica é mais que natural. Além do receio que se tem de "perder" uma cultura tão enrustida como essa, se ganha muito com o "papel de notícias". Roger Filder, diretor do projeto da Knight-Ridder, dizia que os jornais eletrônicos iriam substituir as edições impressas por volta de 2005 - chegou perto. Para os mais privilegiados economicamente essa já é uma realidade.
O edito chefe do jornal "O Globo", Ali Khammel, acredita que os jornais impressos ainda tem uma vida longa pela sua versatilidade. O projeto é modificar o conteúdo: de informativo para interpretativo, como nos primórdios da comunicação.
A verdade é que as pessoas dificilmente lêem notícias e sobre elas criam opiniões. Não são raros os casos de adultos contemporâneos que foram "construídos" a partir de opiniões de jornalistas. Essa realidade indica uma probabilidade grande de que o jornal impresso pode agradar em seu novo modelo. Contudo, para divulgar opiniões a internet também serve.
O interesse é unico e exclusivamente dos proprietários de jornais impressos que temem a mudança. Muitos não admitem adotar o sistema de assinaturas online. Não faturariam tanto quanto com o jornal impresso, pensam eles.
Khammel afirma ainda que muitos grupos editoriais do mundo inteiro estão aplicando grandes quantias de dinheiro na modernização de seus parques gráficos. Eles pretende continuar a investir em seus produtos impressos. Não é nada condenável sua vontade de vender, mas cabe a nós a conscientização e decisão de o impresso permanece.
No início dos anos 2000, Leo Bogart, sociólogo e consultor da Newspaper Association of America, dizia que os jornais convencionais iriam sobreviver e prosperar no mundo digital e uma das razões era o fato de que por maior que seja a evolução das telas dos computadores (leves, portáteis, de cristal líquido), elas jamais teriam a capacidade do jornal de serem dobradas ou enroladas e levadas para toda a parte. Mas essa possibilidade já existe.
A parceria entre LG e Philips, que produz painéis LCD na Coréia do Sul, já anunciou o novo papel eletrônico. Em formato A4 e com a espessura de uma folha de papel, o "e-paper" pode ser dobrado e só gasta energia quando a imagem é alterada.
Indícios são fortes: segundo o Observatório de Imprensa: desde 1990, 25% das vagas na imprensa diária americana foram fechadas; somente 8% das pessoas ouvidas em uma pesquisa pretendem se informar pelos jornais impressos no futuro; O Monitor, jornal de política internacional, deixou de circular em papel, a até mesmo o New York Times tem quedas freqüentes em seu veículo impresso.
O jornal impresso é muito menos interativo que o digital, é único e exclusivamente utilizador de uma comunicação de mão-única, tem um poder de alcance disdizente com a realidade de rapidez e instantaneidade, possui notícias que se atrasam sem a possibilidade de complementação de informação e o ônus mais relevante: é de árvore.
Do outro lado da história, ambientalistas buscam soluções para lixos que não podem deixar de serem consumidos, e os jornais, que podem ser substituídos pela Internet se dão ao luxo de querer sobreviver. Luxo ou lixo?
Por enquanto ainda é ótimo que o jornal impresso exista, nem todos já tem oportunidade de comprar um eletrônico. Mas o meu otimismo que grita que tudo acontece quando deve acontecer torce, profundamente, para que esse dia chegue logo. O planeta agradece.